Vinícius Hädrich*
O candidato ao cargo de chefe do Executivo Municipal de São José do Norte, Gilmar Carteri (PT), concedeu, na manhã desta sexta-feira (06), entrevista ao programa Giro Oceano. O momento integra o projeto "Eleições 2020 Grupo Oceano - Sua escolha, nosso futuro!" que contempla entrevistas com os quatro candidatos no Giro Eleições.
Confira, na íntegra, a entrevista concedida pelo candidato Gilmar Carteri (PT) à Rádio Oceano:
1) Tema: Mobilidade
Pergunta: Historicamente São José do Norte tem como foco a travessia, feita por lanchas para passageiros e balsa para veículos. Muitos projetos e ideias surgiram como o tão falado túnel. Qual a sua opinião sobre este assunto e que projeto o senhor apoia?
Resposta: “A travessia de São José do Norte/Rio Grande aporta, sim, uma atenção muito especial do gestor. Por que? Por que, normalmente, antes da vinda da pandemia, a gente tinha uma normalização da travessia, mas sempre com dificuldade de horários. Eu acho que o gestor municipal deve atuar com diálogo com a empresa, de forma que o cidadão de São José do Norte que atravessa a lagoa para vir trabalhar em Rio Grande, ou vice-versa, muito do funcionário público que mora em Pelotas e que mora em Rio Grande, que trabalha em São José do Norte, temos que ter atenção a horários adequados, e a gente sempre deve sonhar. Deve sonhar, sim, numa travessia a seco. A gente tem que juntar forças políticas dos municípios que agregam a península. Mostardas, Tavares e São José do Norte, que uma travessia a seco seria de grande valia e desenvolvimento pro nosso município. Claro, é muito difícil, mas nunca se pensa que é impossível. Como gestor municipal vou articular deputados federais, senadores, do meu partido e de todos os partidos. Quando a gente vira prefeito, não existe partidos. É atuar com todos os nossos vereadores, com nossos deputados federais, que nos representam, e fazer, sim, uma composição de municípios que desejam a travessia a seco. Seria muito importante pro turismo da região e pro desenvolvimento da indústria, da pesca, e tudo mais de grande exploração e valia que tem essa península.”
2) Tema: Emprego
Pergunta: O município vive sérios problemas neste setor. Tivemos um impacto significativo quando da implantação do estaleiro EBR que movimentou a cidade. Hoje, existe uma pequena operação. Qual a sua visão sobre a geração de emprego e renda e como fazer?
Resposta: “Uma importância, sim, a instalação do EBR e esse impacto que causou o governo federal licitar estaleiros para fazer no exterior e desvalorizando a qualidade, todo empenho que o nossa indústria do polo naval, do operariado, de dar emprego e renda pros nossos munícipes e trazer desenvolvimento. Mas também, nós temos que investir e cuidar pro emprego também na zona rural. A gente tem grandes projetos pra trazer, que a gente tem que dar condições com bancos, com a Emater, de financiar gados leiteiros e fazer nosso produtor ter outra renda através do gado leiteiro. Nós temos que, também, fomentar a possibilidade de aviárias para São José do Norte, para a gente trazer mais emprego para a nossa zona rural e aumentar a renda. Nós temos também uma potencialidade muito grande de fazer outros cultivos depois que se colhe a cebola, por exemplo. Outros plantios. Incentivar mais o plantio do milho, incentivar mais o plantio do feijão. Bom, o emprego a gente vê muita dificuldade e muitas pessoas desempregadas. É muito triste ver e andar pelas vilas de São José do Norte. O desespero desemprego, da fome, da falta de condições. Ainda mais que o nosso povo está sofrendo, sim, com altos juros e o aumento do valor do seu alimento, do gás, para pôr o alimento na sua mesa. Então, é uma preocupação muito grande trazer emprego e renda para o nosso povo.”
3) Tema: Saúde
Pergunta: A pandemia fez com que o setor da saúde sofresse uma sobrecarga, principalmente na questão hospitalar em todos os municípios. Qual o seu plano para este segmento em São José do Norte?
Resposta: “A saúde, nós podemos melhorar mais e muito. A gente tem que estar preparado para uma nova onda do covid também e manter o uso de máscara, isolamento social. Mas a saúde, eu tenho uma proposta, que vou fazer nos primeiros dias de governo, que é montar, dentro do hospital, uma sala aconchego para a gestante. A gestante chega e as maternidades em Rio Grande não aceitam o Proadi em trabalho de parto. A gestante fica no hospital, em observação, é reavaliada e não vai pro interior, não vai para as vilas, ficando a mãe nervosa, os pais nervosos. Fica no hospital sob observação. Vou lutar, como já sentei com os prefeitos de Mostardas e Tavares, para nós montarmos um centro obstétrico em São José do Norte. Eletrocardiogramas em todos os postos de saúde, para darmos um atendimento, consulta, exames de laboratório e demais. Essas consultas têm que ser agendadas via internet, informatizado. O paciente que é diabético, hipertenso, não pode chegar no posto e ficar sem a sua receita. A mesma coisa os psicofármacos, que devemos agendar e liberar receitas para os nossos pacientes. O Capes nós temos que trazer para o centro da cidade. Fica muito longe, para o paciente do Capes, atravessar a cidade até o Carlos Santos para consultar. E uma novidade, a ir articulando com os deputados federais, uma tomografia computadorizada para o nosso hospital. Um raio-x só para a saúde pública do município. Deixar o raio-x do hospital só para emergência. Porque da aglomeração, levar toda a saúde do município e demandar pro hospital e acontece que vai acabar estragando o raio-x. Então nós temos grandes desafios. Temos desafios, assim, de melhorar. Quero ser o gestor, prefeito que vai fazer um mutirão para resolver a média e alta complexidade que tá uma demanda muito grande. As pessoas morrendo sem serem atendidas pelas especialidades.”
4) Tema: Educação
Pergunta: Além dos problemas causados pela pandemia no que se refere a volta às aulas, é preciso investir na educação ofertando vagas e outros níveis de ensino para os jovens nortenses. Como o candidato vai encarar esse desafio?
Resposta: “A educação, realmente, é o grande desafio dos gestores. Atuando com o legislativo, com os deputados estaduais e federais, temos que buscar recursos para mantermos a nossa educação. Um município, um estado, um país sem educação não desenvolve cientista, não desenvolve bons médicos e qualquer outra profissão. A educação é, sim, o alicerce para o desenvolvimento do município, do estado e do país. Quero atuar de uma forma que uma boa escola, primeiro e segundo grau, ajude a também dar empregos a nosso povo. Porque é de uma boa educação que se chega a uma especialidade científica, a um tipo de trabalho que a gente saiba. Trazer escola técnica para o município de São José do Norte, que tem uma importância e valia para dar educação especializada pro pessoal da zona rural. Eu acho que, com aquela PEC que diminuiu os recursos para educação e para a saúde, infelizmente veio a atacar os nossos municípios com menos verbas, gente. Então, a gente tem que lutar para isso. A educação, também, é importante porque nos traz uma importância, desde 2016, o plano municipal de educação, feito pelo magistério da educação de São José do Norte, nem sequer foi lido. Nós temos que dar atenção aos nossos professores. Eles são o nosso alicerce pro presente e pro futuro. Os nossos professores tem que ser valorizados, de uma forma com diálogo, que se tenha o respeito pois são importante ao nosso desenvolvimento intelectual.”
5) Tema: Pós-pandemia
Pergunta: Sabemos da pouca capacidade financeira dos pequenos municípios para a realização de obras públicas e outros investimentos. Como fazer para aumentar receita e buscar recursos em fontes como esferas governamentais, empréstimos a fundo perdido e outras alternativas no pós-pandemia?
Resposta: “Marcão, é muito importante o que tu falastes. A gente tem que alicerçar, realmente, para reativar a economia, em todos os pontos, aquilo que eu coloquei. Aumentar a renda do nosso povo. Sustentar a economia não só na monocultura da cebola, não só na pesca. Criar mais formas de renda pro nosso município. Uma coisa que esqueci anteriormente, que é um projeto meu, que vem contemplar pós-pandemia, é a gente trazer uma usina de asfalto e brita para São José do Norte. O município onde eu nasci, Getúlio Vargas, hoje Ipiranga do Sul, lá tem uma usina de asfalto, que é de grande benefício pro município. Então isso é muito importante. A pós-pandemia é um grande desafio que vem aí e temos que estar preparados. A verba que vem para a pandemia temos que, realmente, investir na pandemia. A gente tem que investir, porque quanto mais o vírus avança, mais fica difícil, porque o isolamento também afasta as pessoas de um trabalho. Afasta as pessoas que circulam a economia no município. Afasta que as pequenas economias do município girem. Faz com que as lojas e o comércio fiquem estagnados. Então, nós também temos que, de uma forma preventiva, atuar na pandemia, e de uma forma que venha a dar uma sustentação para que não piore a situação. Temos que criar mecanismos, criando frentes, usando todas as secretarias do município, usando o legislativo, usando os próprios servidores, de criar condições de melhorar o pós-pandemia, que é um grande desafio, seja para a agricultura, para a pesca, seja para todo nosso município. Juntos, ouvindo o que o povo tem a nos dizer, vamos encontrar soluções para o melhor pro nosso povo.”
Considerações Finais:“Quero agradecer muito a presença do coordenador de campanha e jurídica, doutor Marcio, da minha noiva Julia, e também o apoio que eu tenho das minhas duas filhas. À Caroline, que é odontóloga, atua em Mostardas e também em São José do Norte, e à minha filha Laura Pereira Carteri, que mora em Pelotas e que tem um bom colégio, dou uma infraestrutura boa para ela. Tomara que a Laura, o sonho dela e que ela estuda muito, que ela seja médica. Ela disse ‘pai, um dia eu vou trabalhar em São José do Norte, nesses 16 anos que tu trabalhou também’. Então, sou muito feliz por isso e também porque minha candidatura foi um apelo popular. As pessoas que começaram a dizer para mim ‘Doutor Gilmar, vem de nosso candidato a prefeito’. Foi na eleição em 2010 para deputado estadual, foi de vice do prefeito Madruga, foi um apelo popular. Estou sendo bem recebido nas comunidades, nas vilas e em todo canto do município. Não tem família que não atendi como médico. Da mesma forma que eu atendia como médico, eu quero ser prefeito da cidade. A minha mente, as minhas mãos que curaram muita gente, que ajudaram, vai ajudar o nosso povo, eu como prefeito em 2017. Esse convite do povo me emociona, porque eles estão dando resposta de que em 15 de novembro nós estamos preparados para a grande vitória do povo popular. Porque o povo vai ser ouvido, vai ser entendido de uma forma democrática, com respeito aos nosso cidadãos, com respeito aos nossos adversários. Então, está acontecendo. Aconteceu a grande virada e eu tô no páreo e vou ganhar as eleições em 15 de novembro com apoio do Partido dos Trabalhadores e dos partidos que defendem os direitos e ideais trabalhistas. Dia 15 de novembro é 13. Obrigado.”
(*Estagiário do 5º semestre de Jornalismo sob supervisão de Guilherme Rajão)