Por Joanna Manhago*
Na manhã desta sexta-feira (22), a direção do 6º Núcleo do CPERS e cerca de 10 diretores de escolas de Rio Grande, São José Do Norte, Santa Vitoria Do Palmar e Chuí, reuniram-se virtualmente para debater o futuro da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na região. O encontro foi realizado após diversas escolas receberem reclamações de alunos que tentaram realizar a matrícula e não conseguiram.
Segundo o sindicato em sua maioria, as instituições não constam no sistema da Secretaria de Estadual de Educação (Seduc) no momento da inscrição e, quando constam, a diminuição de turmas é expressiva. Foi divulgado pelo CPERS, e confirmado pelo departamento de jornalismo do Grupo Oceano, que ao fazer uma simulação no site do governo do estado, só há possibilidade de matrícula na EJA a partir do 6º ano do ensino fundamental e, no ensino médio, há somente uma escola disponível em Rio Grande.
A única escola, das 13 que oferecem o EJA na região, é a escola Silva Gama, localizada no Balneário Cassino. A diretora do 6° Núcleo do CPERS, Andréa Nunes da Rosa, demonstra preocupação com a situação “as inscrições começaram dia 18 de janeiro e vão somente até o próximo dia 31. O que fazemos com o aluno que já entrou no site e não achou a opção de escola na sua região? Como resgatar essas pessoas? Precisamos de uma prorrogação desses prazos”.
Greice Caus, coordenadora da 18ª Coordenadoria Regional de Educação explica que o site está sendo atualizado pelo governo do estado e deve ser estabilizado até segunda-feira (25). Já sobre o porquê da redução de vagas a coordenadora afirma que, “vamos dar continuidade apenas aqueles que já ingressaram no sistema, a decisão foi do secretário de educação e por isso não posso afirmar que o motivo foi o número de desistências em 2020”.
Os professores da região afirmam que as desistências no ano de 2020 foram em função das dificuldades de acesso dos alunos ao sistema de ensino remoto e, portanto, o número de vagas não deveria ser reduzido, já que o ano anterior foi atípico. Educadores de escolas como, Saldanha da Gama, Coronel Juvêncio Lemos e Bibiano se posicionaram contra a medida do Governo do RS.
“Estamos solicitando que os interessados em ingressar na EJA nas escolas públicas da rede estadual procurem diretamente às escolas que ofertam a modalidade para se inscreverem direto, porque se não tiver essa procura neste momento poderá não haver oportunidade no futuro” finalizou Andrea.
Além da diminuição na oferta de matrículas, outras questões preocupam os diretores das escolas que oferecem EJA, como o redesenho dos quadros nas escolas, os cancelamentos de matrículas de maiores de 18 anos, as dificuldades de realização das matrículas online e o prazo para a realização das mesmas.
(Estagiária do 3º semestre de jornalismo sob supervisão de Guilherme Rajão)